Há muitas coisas que me assustam na vida. A falta de saúde. A morte dos que me são próximos. Perder o (meu) amor. Perder a minha independência financeira. Não poder vir a ser mãe. Acomodar-me a algo e não ser feliz (e mais algumas que não me lembro). Todos temos medos, lados obscuros. Faz parte.
Neste momento o meu futuro profissional está na corda bamba (parece que é transversal a muita gente, infelizmente). E às vezes a revolta é tão imensa (por ver tantas injustiças e perceber que o que compensa é o deixar andar, é o saber manipular as pessoas certas, é a falsidade e hipocrisia) que me questiono o que faço aqui, com outras condições de vida lá fora. E a resposta é a mesma de sempre: são as minhas pessoas que me prendem aqui. São as minhas pessoas do coração que tanto o enchem de sentimentos bons e únicos. Porque eu aguento-me a ganhar menos. Eu aguento as 40h semanais e não ir à minha casa tantas vezes (ou quase nenhumas que as folgas deixam de ser juntas). Eu aguento as saudades. Eu aguento não ir às compras este outono/inverno para nada de fútil que não sejam livros (e um par de sapatos pretos altos que preciso MESMO). Eu aguento não ir jantar fora e reduzir os pequenos prazeres do dia-a-dia como o café na padaria. Só não me levem para longe das minhas pessoas.
Com tamanha desmotivação hoje, só queria chegar a casa, depois do turno, e dormir. Ou ficar a ler no sofá. Mas não. Fui à piscina e nunca uma hora passou tão rápido, comigo mesma e com os pensamentos. Estou muito mais leve. Isso e a sobremesa que adoça sempre o estômago, reconforta as emoções e prepara para uma noite de trabalho!
P.A.: Leite com cevada + pão integral com queijo fresco magro e fiambre de peru
Meio da manhã: pêra + iogurte magro
Almoço: quinoa + salmão + 1delícia do mar+ tomate + 2 tangerinas pequenas
Treino(cardiovascular): 1hora seguida de natação
Pós-treino: prato grande de sopa quentinha+ romã
Jantar: Legumes salteados com sementes + tomate + carapau no forno sem gordura + fatia de fiambre de frango (era um carapau pequeno) + maçã cortada no microondas com canela (2min) e uma colher de sopa de muesli por cima
Vi, percebo tão bem os teus medos em relação ao futuro, e todas as tuas ansiedades em relação à profissão! Infelizmente nós, os (poucos) jovens que ainda têm trabalho em Portugal, temos de viver com o coração nas mãos, esforçar-nos cada vez mais, ver cada dia mais injustiças, sentir que o trabalho não compensa, cortar em tudo aquilo que é menos essencial, e às vezes, até no que é.
ResponderEliminarEu também sempre quis ficar (e nem pus outras hipóteses) pela mesma razão que tu: as minhas pessoas. Admiro muito as tuas razões, a tua persistência, o teu espírito lutador e o não te deixares ficar sentada no sofá a chorar.
Força, melhores dias hão-de vir.
Beijinho